segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pesquisa revela que renascimento da religião está mais presente no Brasil que na maioria dos países


Com mais de 20 tatuagens estampadas no corpo, dois piercings no nariz e um alargador de orelha, a paulistana Fernanda Soares Mariana, de 19 anos, parece estar montada para um show de rock. Apenas a Bíblia que ela carrega nos braços sugere outro destino.

Fernanda, a despeito do visual, está pronta mesmo é para encontrar Jesus. “A igreja não pode julgar. Ela tem de estar lá para transformar sua vida, e não sua aparência”, afirma. A igreja que Fernanda escolheu não a julga pelo figurino. Numa noite de domingo, no templo da Bola de Neve Church do Rio de Janeiro, o que se vê são fiéis vestindo bermudas e camisetas com estampas de surfe. Boa parte exibe tatuagens como as de Fernanda.

No altar, uma banda toca música gospel, enquanto a vocalista grita o refrão “Jesus é meu Senhor, sem Ele nada sou”. Na plateia, cerca de 300 pessoas acompanham o show em catarse, balançando fervorosamente ao som da música. A diaconisa Julia Braz, de 18 anos, sobe ao palco de cabelo escovado e roupa fashion. Põe a Bíblia sobre uma prancha de surfe no púlpito e anuncia: “O evangelismo tá bombando!”. Amém.

Cultos voltados para os jovens, como a igreja da Bola de Neve, revelam um fenômeno: mostram que o jovem brasileiro busca formas inovadoras de expressar sua religiosidade. Em 1882, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche assinou a certidão de óbito divina com a célebre afirmativa: “Deus está morto”. Para ele, os homens não precisariam mais viver a ilusão do sobrenatural. Nietzsche não foi o único.

O anacronismo da fé religiosa era uma premissa do socialismo. “A religião é o ópio do povo” está entre as frases mais conhecidas de Karl Marx. Para Sigmund Freud, a necessidade que o homem tem de religião decorreria de incapacidade de conceber um mundo sem pais – daí a invenção de um Deus.

A influência de Marx e de Freud no pensamento do século XX afastou gerações de jovens da fé. Mas a derrocada do socialismo e as críticas à psicanálise freudiana parecem ter deixado espaço para a religiosidade se manifestar, sobretudo entre os jovens. “Aquilo que muitos acreditavam que destruiria a religião – a tecnologia, a ciência, a democracia, a razão e os mercados –, tudo isso está se combinando para fazê-la ficar mais forte”, escreveram John Micklethwait e Adrian Wooldridge, ambos jornalistas da revista britânica The Economist, no livro God is back. Para os jovens, como diz o título do livro, Deus está de volta.

Ou, nas palavras da diaconisa Julia, “está bombando”.
Uma pesquisa feita por um instituto alemão mostra
que 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem
religiosos e 65% afirmam ser “profundamente religiosos”

Uma pesquisa inédita do instituto alemão Bertelsmann Stifung, realizada em 21 países, revela que esse renascimento da religião está mais presente no Brasil que na maioria dos países. O estudo mostra que o jovem brasileiro é o terceiro mais religioso do mundo, atrás apenas dos nigerianos e dos guatemaltecos.

Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos e 65% afirmam que são “profundamente religiosos”. Noventa por cento afirmam acreditar em Deus. Milhões de jovens recorrem à internet para resolver seus problemas espirituais. Na rede de computadores, a diversidade de crenças se propaga como vírus. “Na minha geração só sabia o que era budismo quem viajava para o exterior”, diz a antropóloga Regina Novaes, da Universidade de São Paulo e ex-presidente do Conselho Nacional de Juventude. “Hoje, com a internet, o jovem conversa com todo o mundo e conhece novas religiões.

A internet virou um templo.” Mais talvez do que isso, ela se converteu no veículo ideal de uma religião contemporânea e desregulada, que pode ser exercida coletivamente sem sair de casa e sem submeter-se a qualquer disciplina.

Trecho da matéria Deus é Pop.

Fonte: Revista Época

Tema: Relacionamentos e responsabilidades - João 15:1-11





Mensagem ministrada em 28 de junho de 2009 na Igreja Assembléia de Deus – Ministério de Madureira – Campo do Brás na Penha – Pr. Islei Santos (Teólogo, Mestrando em Novo Testamento pelo Seminário Teológico Batista Nacional de São Paulo, Professor de Teologia, Conferencista e Escritor).

Introdução:
Esta é sétima e última declaração de “Eu Sou” feita por Cristo conforme o registro do Evangelho de Jesus.
O cultivo dos vinhedos era uma atividade importante para a vida e a economia de Israel. O templo de Herodes era decorado como uma videira de ouro.
Ao usar essa metáfora, Jesus recorreu a uma imagem que todos os judeus conheciam bem. Essa representação simbólica apresenta elementos que é preciso compreender, a fim de tirar proveito dos ensinamentos de Cristo nesta passagem.

1) A videira
Há três tipos de videira nas Escrituras:
A videira do passado: refere-se a Israel como nação (Sl 80:8,19; Is 5:1-7; Jr 2:21; Ez 19: 19:10-14 e Os 10:1). Mas a videira produziu uvas bravas! Ao invés de praticar justiça, praticou a opressão; ao invés de produzir retidão, produziu iniqüidade e clamores de aflições de suas vítimas.

A videira do futuro: a “videira da terra”, em Apocalipse 14:14-20. Refere-se ao sistema do mundo gentio, amadurecendo para o julgamento de Deus. Os cristãos são ramos da “videira do céu”, mas os incrédulos são ramos da “videira da terra”. A “videira da terra” será cortada e destruída quando Jesus Cristo voltar.

A videira do presente: é nosso Senhor Jesus Cristo, e inclui, obviamente, seus ramos. Ele é a “Videira Verdadeira”, ou seja, “a original, da qual todas as outras videiras são cópias”.
Como cristãos, não vivemos de substitutos! O simbolismo da videira e dos ramos é semelhante àquela da Cabeça e do corpo; temos um relacionamento vivo com Cristo e pertencemos a Ele.
Nossa união com Cristo é uma união viva, por isso podemos dar frutos; é uma união afetuosa, por isso podemos desfrutar nosso relacionamento com ele; é também uma união duradoura, por isso não precisamos temer.

2) Os ramos
Sozinho, um ramo é frágil e imprestável, servindo apenas para ser queimado (Ez 15). O ramo não é capaz de gerar a própria vida; antes, deve retirá-la da videira.
É nossa comunhão com Cristo, por meio do Espírito Santo, que nos permite dar frutos. Muitas imagens de Cristo e dos cristãos apresentadas nas Escrituras enfatizam esse conceito importante de união e comunhão: o corpo e seus membros (1ª Co 12), a noiva e o Noivo (Ef 5:25-33), as ovelhas e o Pastor (Jo 10).
Um membro que é separado do corpo morre. O casamento cria uma união, mas exige amor e devoção diários para manter a comunhão. O pastor traz as ovelhas para o rebanho, mas as ovelhas devem seguir o pastor, a fim de receber proteção e provisão.
Quando descobrimos que somos apenas ramos, melhor será nosso relacionamento com o Senhor, pois veremos nossas fraquezas e confessaremos que necessitamos de sua força.
A palavra-chave é permanecer, usada onze vezes em João 15:1-11. Permanecer significa manter a comunhão com Cristo de modo que trabalhe em nossa vida e por meio dela, a fim de produzirmos frutos.
Sem dúvida, inclui a Palavra de Deus e a confissão dos pecados, a fim de que nada sirva de empecilhos para essa comunhão com o Senhor (Jo 15:3). Também inclui a obediência a ele porque o amamos (Jo 15:9-10).
Permanecer em Cristo exige ADORAÇÃO, MEDITAÇÃO NA PALAVRA DE DEUS, ORAÇÃO, SACRIFÍCIO E SERVIÇO, - mas é uma grande alegria.
Uma vez que começamos a cultivar essa comunhão mais profunda com Deus, não temos desejo algum de voltar à vida superficial do cristão indiferente.
3) O agricultor
A responsabilidade do agricultor é cuidar das videiras, e, de acordo com Jesus, esse é o trabalho do Pai.
É ele quem limpa ou poda os ramos para que possam produzir mais frutos. Observe a progressão: nenhum fruto (Jo 15:2), fruto, mais fruto, muito fruto (Jo 15:5,8).
Muitos cristãos pedem a Deus que possam dar mais frutos, mas não gostam do processo necessário da poda pelo qual devem passar em resposta a essa oração.
O viticultor poda os ramos de duas maneiras: corta a madeira morta que pode servir para a proliferação de doenças e de insetos e remove partes ainda vivas, para que a vitalidade da planta não se dissipe, comprometendo a qualidade dos frutos.
Na verdade, o viticultor remove cachos inteiros de uvas para que o resto da colheita seja de qualidade superior. Deus quer quantidade e qualidade.
O processo da poda é a parte mais importante do cultivo, e os que cuidam disso devem ser devidamente treinados, pois se não forem habilidosos, podem destruir uma colheita inteira.
Em alguns vinhedos, os “podadores” passam por treinamentos que duram de dois a três anos, durante os quais aprendem exatamente onde cortar, quando cortar e até o ângulo exato dos cortes.
Pelo do fato de nos amar, Deus nos “poda” e nos estimula a dar mais frutos para sua glória.
O momento em que nosso Pai celeste mais se aproxima de nós é quando está nos podando. Por vezes, remove madeira morta que pode causar problemas; mas, com freqüência, corta fora partes ainda vivas que estão nos privando de vigor espiritual.
De que maneira o Pai nos poda? Por vezes, simplesmente usa a Palavra para nos convencer de nosso pecado e nos purificar. Em outras ocasiões, precisa nos disciplinar. A dor é grande quando remove algo que consideramos precioso; mas à medida que a “colheita espiritual” é produzida, vemos que o Pai sabia o que estava fazendo.
Quanto mais permanecemos em Cristo, mais frutos produzimos, e quanto mais frutos produzimos, mais o Pai nos poda para que a qualidade mantenha-se no mesmo nível que a quantidade.
4) Os frutos
A palavra resultados aparece com freqüência nas conversas entre obreiros cristãos. Uma máquina ou um robô pode dar resultados, mas é preciso haver um organismo vivo para produzir frutos.
Essa produção exige tempo e cultivo; uma boa colheita não aparece de um dia para noite!
É preciso lembrar que os frutos não são consumidos pelos ramos, mas sim aproveitados por outros.
Não se devem produzir frutos para agradar a si mesmos, mas para servir aos outros.
Devemos ser o tipo de pessoas que “alimenta” os semelhantes com nossas palavras e com nossas obras. “Os lábios do justo apascentam a muitos” (Pv 10:21).
Um verdadeiro ramo ligado à vinha sempre dará frutos. Onde há vida sempre há frutos.
Conclusão:
Como ramos da Videira, temos o privilégio de permanecer em Cristo e a responsabilidade de dar frutos.

Referência bibliográfica
Warren W. Wiersbe. Novo Testamento 1. P. 457-460. Central Gospel.

Nome: Islei do Santos.
Assembléia de Deus da Penha
Campo do Brás - Ministério de Madureira
Rua Senador Godoi, 457 – Penha - São Paulo
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