quarta-feira, 7 de outubro de 2009





“Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mateus 10:16).
Um filósofo francês disse: “Quem não possuir no seu caráter antíteses muito vincadas, não pode ser forte”. O homem forte possui características opostas, vivas e profundas, e nem sempre lhe é fácil equilibrar esse antagonismo. Os idealistas não são geralmente realistas nem os realistas, idealistas; nem sempre os combativos são passivos, ou os passivos, combativos; raras vezes encontramos pessoas humildes muito seguras de si próprias, ou pessoas muito seguras de si próprias com grande humildade. A vida perfeita é a síntese criadora que frutuosamente harmoniza essas oposições. O filósofo Hegel dizia não se encontrar a verdade na tese nem na antítese, mas numa síntese emergente que reconcilia ambas. Jesus reconheceu a necessidade dessas correntes opostas. Sabia que os discípulos iriam encontrar um mundo difícil e hostil onde teriam de enfrentar a relutância da política oficial e a intransigência dos defensores da ordem estabelecida. Sabia que eles iriam encontrar gente fria e arrogante, cujos corações se haviam endurecido no longo inverno do tradicionalismo. Por isso lhes disse: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos”; e deu-lhes uma fórmula para a ação: “Sede, pois, prudentes como as serpentes, e simples como as pombas”. É muito difícil imaginar alguém que, simultaneamente, possua as características duma serpente e duma pomba, mas é isto o que Jesus pretende. Temos de aliar a firmeza da serpente à mansidão da pomba, um espírito forte a um coração brando. Consideremos primeiro a necessidade dum espírito forte, marcado por um raciocínio incisivo, uma apreciação realista e um juízo seguro. O espírito forte é agudo e penetrante, trespassa a crosta das lendas e dos mitos e separa a verdade da mentira. O indivíduo de espírito forte é astuto e sabe discernir. Possui a qualidade dura e austera que permite a firmeza do propósito e a solidez do empreendimento. Quem poderá duvidar de que esta firmeza de espírito é uma das maiores necessidades do homem? Raramente encontramos quem espontaneamente se dedique a um raciocínio sólido e claro; há uma universal tendência para as respostas fáceis e soluções improvisadas. Para algumas pessoas, nada há de mais doloroso do que serem forçadas a pensar. Essa tendência predominante para a fraqueza de espírito manifesta-se na inconcebível credulidade do homem. Observemos a nossa atitude em face da propaganda, e a facilidade com que somos levados a desejar um determinado produto, só porque o rádio ou a televisão anunciam que ele é melhor do que outro qualquer. Os anunciantes já há muito perceberam a falta de discernimento da grande maioria das pessoas e exploram essa susceptibilidade por meio de slogans hábeis e eficientes. Também se nota esse excesso de credulidade na tendência fácil que tantos leitores têm para aceitar como verdade suprema tudo o que vem impresso nos jornais. Pouca gente realiza que os próprios órgãos de informação, como a imprensa, a tribuna e, nalguns casos, o púlpito nem sempre nos dão a verdade objetiva e insofismável. São poucos os que têm a suficiente firmeza de espírito para exercer um juízo crítico ou para discernir a verdade do erro ou o fato da ficção. Os nossos espíritos são constantemente invadidos por legiões de semi-verdades, de preconceitos e de fatos falsos. A humanidade tem enorme necessidade de sair do atoleiro dessa falsa propaganda. As pessoas de espírito fraco estão aptas a aceitar toda a espécie de superstições. Temores irracionais invadem-lhes constantemente os espíritos, sejam eles o azar das sextas-feiras, dos dias 13, ou do gato preto que cruzam na rua. Durante a subida no elevador dum dos maiores hotéis de Nova York, notei, pela primeira vez, que não havia o décimo terceiro andar e se passava logo do décimo segundo para o décimo quarto. Quando indaguei junto do empregado o motivo daquela omissão, respondeu-me que isso era corrente em quase todos os grandes hotéis, pelo medo que muitas pessoas tinham de ficar no décimo terceiro andar e acrescentou: “E a maior estupidez disto é que o décimo quarto andar é de fato o décimo terceiro”. São estes medos que, dia e noite, obcecam e perturbam os espíritos fracos. Os espíritos fracos também receiam sempre qualquer mudança. Sentem maior segurança no status quo, e quase um pânico mórbido por tudo o que é novidade. Para eles, a maior dificuldade é a dificuldade de aceitarem uma idéia nova. Consta que um velho segregacionista do Sul teria mesmo dito o seguinte: “Cheguei à conclusão de que a indiscriminação racial é de fato inevitável, mas só peço a Deus para morrer antes disso”. Aquele que possui o espírito fraco quer sempre congelar o tempo e conservar a vida sob o apertado jugo do imobilismo.

Rev. Martin Luther King


1 comentários:

Adoração em Santidade disse...

OLÁ BENÇAO...QUE VOCE CONTINUE NESSE PROPOSITO DE SERVIR AO SENHOR,SE DEIXANDO SER CANAL ABENÇOADOR,BOCA DE DEUS AQUI NA TERRA..NAO EXISTE NADA MAIS GOSTOSO E GRATIFICANTE QUE SERVIR AO PAPAI DO CÉU NAO É MESMO? ESPERO QUE POSSAMOS SER INSTRUMENTOS,E SEMPRE COMPARTILHAR DESSE AMOR TAO PURO E VERDADEIRO,E QUE PREENCHE NOSSA ALMA NOS TRAZENDO REFRIGERIO E PAZ.E DESEJO LEVAR A TODOS OS CORAÇOES FERIDOS E SEDENTOS DO AMOR DE DEUS A VERDADE DA PALAVRA QUE NOS LIBERTA,PURIFICA E NOS FAZ NOVA CRIATURA.QUERO CONVIDAR VOCE PARA CONHECER MEU BLOG,CANTINHO QUE PAPAI DO CEU ME DEU PARA EU EXPRESSAR UM POQUINHO DO MUITO QUE ELE TEM FEITO EM MINHA VIDA,E ESPERO DE TODO MEU CORAÇAO QUE ELE POSSA TE ABENÇOAR,TRAZENDO ALGO NOVO AO SEU CORAÇAO.
JÁ ESTOU SEGUINDO SEU BLOG.

www.jesusarqueeurespiro.blogspot.com

Com carinho..um grande abraço!

Fabiana.